O Twitter realizou um anúncio oficial sobre suas versões atualizadas de API, cerca de um mês e meio depois que o novo CEO Elon Musk havia prometido uma grande mudança no sistema. Na postagem de desenvolvedor da empresa, três níveis — livre, básico e corporativo — foram listados, com detalhes sobre custos e limites de leitura e gravação. Links para inscrição nos dois primeiros níveis foram apresentados, com uma opção para manifestar interesse no último.
A corporação indicou que os níveis mais antigos serão eliminados “dentro dos próximos 30 dias”. Segue-se uma breve síntese das três alterações (que também são visíveis no website da Twitter):
- Acesso gratuito com a possibilidade de postar até 1.500 tweets ao mês, sem qualquer custo.
- A assinatura de R$100 mensais do serviço básico dá direito aos usuários de aquaristas para postar 3.000 tweets por mês no nível do usuário ou até 50.000 tweets por mês no nível do aplicativo, com o limite de leitura de 10.000 tweets.
- A Enterprise promete dar “acesso comercial apropriado de acordo com as necessidades de seus clientes” e “serviços administrados por uma equipe de contas dedicada”. Nenhum preço foi divulgado, mas a Platformer informou anteriormente que um “plano de custo reduzido para empresas” poderia custar até US$ 42.000 por mês.
Respondendo ao anúncio no Twitter, alguns programadores afirmaram que teriam que desativar seus aplicativos ou aplicar tarifas aos usuários. O desenvolvedor de contabilidade Luca Hammer afirmou que precisaria desativar a sua ferramenta, criada para auxiliar jornalistas e acadêmicos na análise de contas do Twitter. Por outro lado, Daniel Nguyen, criador do aplicativo Ktool, que envia fluxos do Twitter para leitura no Kindle, disse que as alterações o obrigariam a desistir do apoio ao Twitter ou aumentar os preços.
Um desenvolvedor que desejava permanecer desconhecido caracterizou o nível gratuito como “catastrófico” devido ao limite imposto e à incapacidade de acessar informações simples, tais como tweets, curtidas e seguidores da plataforma.
No entanto, outros desenvolvedores, como a equipe por trás do serviço de agendamento de tweets Typefully, afirmaram que podem pagar os novos custos e, assim, continuam a apoiar a plataforma. “Mas isso teria sido fatal para nós há um ano ou atrás, quando começamos”, o co-fundador do Typefully, Francesco Di Lorenzo, twittou.
Detalhes oficiais dos novos níveis chegaram cerca de um mês e meio após o Twitter anunciar que faria mudanças na API do Twitter a partir de 9 de fevereiro. Apesar de ter estabelecido um prazo para si mesma, a empresa não conseguiu cumpri-lo e desistiu da mudança mais controvertida – limitar o acesso gratuito à API – que se tornou um hábito comum para a rede de mídia social possuída pelo Musk. Os detalhes iniciais sobre os novos níveis foram divulgados no mês anterior.
O Twitter de hoje oferece menos informações sobre as possibilidades futuras para pesquisadores acadêmicos, indicando apenas que eles estão “procurando novas maneiras de continuar apoiando essa comunidade”. Também foi dito que os acadêmicos são livres para se inscrever em qualquer um dos três níveis restantes. A mudança proposta nas regras de API do Twitter tem sido alvo de críticas da comunidade acadêmica, já que confiavam na API generosa fornecida pela plataforma para estudar.
Desde que Elon Musk assumiu a gestão da rede de mídia social, tem se concentrado em reduzir custos e aumentar suas receitas, dispensando milhares de seus funcionários e cortando a oferta de serviços pagos oferecidos pelo Twitter Blue. Apesar de Musk ter alegado que os serviços gratuitos estavam sendo “abusados mal” por “scammers ruins e manipuladores de opinião”, dada a sua ênfase em economizar, é difícil não ver as mudanças feitas na API do Twitter como uma tentativa de obter melhores lucros da comunidade de desenvolvedores da plataforma, com a qual já tem um relacionamento muito tenso.